Temporal em Petrópolis deixa ao menos 55 mortos; buscas por vítimas continuam

O forte temporal que caiu na tarde desta terça-feira, dia 15, em Petrópolis, na Região Serrana, provocou um grande desabamento no Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, deixando mortos e soterrados. Imagens gravadas por moradores mostram uma encosta indo abaixo, arrastando construções. Num dos vídeos, pessoas em desespero retiram às pressas crianças de dentro da Escola Municipal Vereador José Fernandes da Silva. O Corpo de Bombeiros confirmou 55 mortos na cidade, e a prefeitura decretou estado de calamidade pública.

Somente na Rua do Imperador, região Central da cidade, foram encontrados 12 corpos — sendo 11 de mulheres. Agentes da Guarda Civil acompanharam os resgates dos corpos, que estavam presos às ferragens ou ainda submersos no rio.

São poucas as ruas de Petrópolis onde não se encontre ao menos uma marca das fortes chuvas. Em um trecho de poucos metros havia um ônibus, um caminhão e 17 carros amontoados. Além de veículos, era possível ver produtos do comércio local espalhados pelas ruas, misturados à lama.

— A situação é de uma tragédia. O Corpo de Bombeiros tem dificuldade de acessar os locais mais críticos porque há muitos carros, ônibus e abandonados nas ruas. São vários pontos de deslizamento, disse o coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de Defesa Civil, anunciando que será montado um hospital de campanha na cidade.

Em visita à cidade, ainda na noite de terça-feira, o governador Claudio Castro declarou ter visto cenas de guerra. Ele se reuniu com o prefeito Rubens Bomtempo e garantiu que haverá ajuda do estado e também da União.

Pelo Twitter, o governador disse ter orientado que “parte dos secretários se desloquem para apoiar a população no que for preciso”. Também pelo Twitter, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, divulgou que ofereceu ajuda. Castro anunciou, ainda, que maquinários de órgãos estaduais e da Cedae vão para a cidade ajudar no socorro e desobstrução de ruas.

Drama nos resgates

Os corpos de vítimas arrastadas pelas enxurrada começaram a aparecer em ruas do Centro da cidade quando a água baixou. Por volta das 23h30, o cenário visto na Rua Teresa, principal polo comercial da cidade, era de devastação. A via ficou coberta por lama, e todas as lojas sem luz. Uma academia de ginástica teve diversos aparelhos de musculação jogados para a rua pela força da água.

O Corpo de Bombeiros pede a doação de água mineral, além que a população que está segura, permanece no local que está abrigada:

— Só no fim da noite os homens que vieram do quartel da cidade do Rio conseguiram chegar por causa de um bloqueio na estrada. Teremos mais de 200 homens chegando na cidade nas próximas horas. A maior dificuldade de acesso é na região do Morro da Oficina. São muitos desabrigados, desalojados e vamos precisar da ajuda, afirma o coronel.

A cidade entrou em estágio de calamidade e, no início da madrugada desta quarta-feira, a Defesa Civil contabilizava 148 pontos de deslizamentos, além de alagamentos e quedas de árvores. A maior incidência de deslizamentos ocorreu nos bairros Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra e Castelânea. Em seis horas, o acumulado pluviométrico atingiu 259 milímetros — acima da média esperada para todo o mês de fevereiro, de 238,2 milímetros.

Via PE Notícias

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