O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou nesta quarta-feira (15) a possibilidade de o apresentador Luciano Huck vir a ser candidato a presidente em 2022. Rebateu ainda a tese de que ele representa à centro-esquerda do país.
“O Luciano Huck não representa a esquerda, nem de centro-esquerda. Ele representa a central Globo de Televisão. É isso que ele representa neste momento. Porque, de um lado, você tem o Ciro Gomes, de um partido historicamente de esquerda. Você tem o Flávio Dino, o Haddad, o Psol que teve candidato. E quem é o do centro-esquerda? Ninguém. Na verdade, o Luciano Huck está sendo discutido pelo dono da Ambev, que é o novo formador de quadros políticos do Brasil. Possivelmente ele gostaria de transformar o Brasil em uma Ambev. Ainda é cedo pra você dizer qual é o espectro político de Luciano Huck”, disse Lula em entrevista de 1 hora e 20 minutos aos jornalistas Juca Kfouri, Talita Galli e José Trajano, da TVT – emissora sindical.
Sobre as eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente disse que não descarta a construção de uma frente ampla progressista, mas disse não considerar que isso inclua todos os espectros da política.
“Hoje eu acho que é possível criar uma frente ampla para conquistar de volta a soberania nacional, mas quando você olha no espectro político, você vê que no Congresso o Guedes aprova tudo o que quer”, afirmou. “O PT tem alianças amplas até demais”, disse.
Ao ser questionado se apoiaria uma chapa tendo Flávio Dino, governador do Maranhão pelo PC do B, encabeçando, Lula afirmou: “Admito que sim, como não? O PC do B já me apoiou quatro vezes. Eu tenho um apreço por ele”.
“Eu não tenho nenhum problema em apoiar um candidato de outro partido político”, completou.
No entanto, para Lula, “é muito difícil se imaginar eleger alguém de esquerda sem o PT”.
Questionado sobre a falta de renovação de seu partido, inclusive para as eleições municipais em São Paulo, o ex-presidente respondeu: “Olha, quem sabe a gente tem uma novidade”. Ele elogiou os nomes que estão na disputa, como Carlos Zarattini, Nabil Bonduki, Alexandre Padilha e Jilmar Tatto. E ainda elogiou a ex-prefeita Marta Suplicy, sem dizer que prefere a ex-petista, apenas afirmando que tem “um profundo respeito” sobre o histórico dela no PT.
O ex-presidente ainda defendeu que a militância petista deve fazer uma campanha mostrando o legado deixado pelas gestões do partido. Citando os governo de Luiza Erundina, Marta Suplicy e Fernando Haddad, o ex-presidente enfatizou que o partido foi o que “mais fez pela cidade” de São Paulo.
Em análise crítica, Lula disse que a sigla não pode repetir o erro de 2016. “Nós perdemos quando não nos defendemos. O PT em 2016 ficou receoso de ir pra rua. Quando você leva seu cachorro pra passear e alguém late pra ele, ele tem que latir mais alto. E não colocar o rabo entre as pernas. Quando você tem um problema, você não se esconde, você enfrenta”, defendeu.
Via PE Notícias