O acusado de tentar matar o presidente Bolsonaro, Adélio Bispo/ Foto: Reprodução
Em vídeo divulgado pela Veja, o autor do atentado contra o presidente Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) em 2018, o ex-garçom Adélio Bispo disse que considera o presidente um impostor, e que teve motivações políticas e religiosas para o ato.
O acusado afirmou que agiu por “ordem divina” e que tinha desprezo pelo então candidato porque Bolsonaro tinha se “infiltrado” no meio evangélico para angariar votos.
“Ele é um impostor, meramente um impostor”, disse.
A gravação deve ter sido feita entre 2018 e 2019, pois não há uma data exata. Adélio diz que tinha ordem divina para o ato e o planejou com pouca antecedência, três dias antes da visita de Bolsonaro à cidade.
O ex-garçom disse que pensou em desistir quando Bolsonaro entrou em um prédio público, e até cogitou de roubar uma arma de fogo de um policial militar no local para tentar matar o candidato com um tiro.
“Eu não tinha pensado. Quando ele [Deus] disse, eu fiquei até surpreso”, disse.
Ao falar sobre política, Adélio conta que também tinha um desejo de atentar contra Michel Temer e que considera o PT “menos ruim” que o PSDB no poder.
“Pelo menos nossas estatais não seriam entregues assim. As reformas da previdência e trabalhista não aconteceriam. Porque não aconteceu no governo do PT”, disse.
“Entre o PT e o PSL do Bolsonaro, sou mais o PT, porque essas mesmas coisas que o PSDB fez, o Bolsonaro faz e promete fazer mais.”
Em alguns momentos, sua fala vai para o campo da paranoia: ele fala sobre a teoria de que a Maçonaria é mantida com recursos do estado, e que mesmo um agente do FBI o visitou em Balneário Camboriú (SC), em 2016, quando ele ainda trabalhava como garçom.
Segundo dois relatórios da Polícia Federal, o ex-garçom agiu sozinho e não fazia parte de nenhum plano maior para tirar a vida de Bolsonaro.
O presidente chegou a discordar mesmo em discurso nas Nações Unidas. O autor do atentado disse que não se arrepende do ato, e que estava pronto para morrer fuzilado após a facada.
“Para minha surpresa, estou vivo. Com todos esses problemas, mas vivo.”
Via Portal de Prefeitura/Revista VEJA