Cientistas investigam estranho organismo verde que toma conta de águas

Tudo começou com algumas manchas de lodo que se espalhavam por rochas no rio Heber, no Canadá. Em um ano, as manchas viraram uma espécie de "tapete" grosso. E passados alguns anos, uma nova metamorfose transformou essa substância em um muco com uma coloração entre o verde e o marrom.
Após décadas, esse muco se espalhou pelo mundo, atingindo rios de América do Sul, Europa, Ásia e Oceania.
Ainda hoje, esse muco - na verdade uma alga microscópica cujo nome científico é Didymosphenia geminata - continua florescendo pelo planeta. Acabou ganhando um apelido próprio: "didymo".
Surpresas
Os prejuízos podem ser grandes. Como a alga se dissemina em grande escala, alguns rios usados para navegação ficam entupidos, obrigando governos e organizações ambientais a promover grandes e caras operações de limpeza.
Ao investigar as origens do didymo, os cientistas acabaram descobrindo uma história curiosa.
As algas foram observadas pela primeira vez em 1988 ao longo do rio Heber, na ilha de Vancouver, o Canadá.
Geralmente essas diatomáceas (como também são conhecidos esses organismos) precisam de água rica em nutrientes para se reproduzir. Isso causa diversos desequilíbrios ambientais nos rios.
Em geral as diatomáceas se reproduzem com tanta intensidade que acabam não tendo condições de sobreviver no rio, e morrem também em grandes quantidades. Com isso, o rio fica cheio desse material em decomposição que absorve o oxigênio da água, sufocando insetos, crustáceos e peixes que moram nesse ambiente. Algumas algas geram, essencialmente, um "apocalipse aquático."
Mas curiosamente nada disso acontece com o didymo. Quando quantidades gigantescas do muco são geradas, a alga não está se reproduzindo, segundo descobriram os cientistas. Em vez disso, a substância está se transformando de algo benigno para uma forma mais maligna.
Cada um dos organismos, que possui apenas uma célula, expele o muco que se gruda e forma o "tapete" sobre as rochas.
Fonte:BBC