Diante dos casos de hepatite aguda grave de causa desconhecida em crianças, em 12 países, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) emitiu um alerta a toda a rede de saúde do Estado (unidades públicas e privadas). No sábado (23), a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que já foram registrados pelo menos 169 casos em 12 países.
Segundo a SES, a rede de saúde de Pernambuco deverá notificar e investigar casos dessa hepatite aguda em que não estão os vírus que normalmente causam as hepatites (do tipo A, B, C, D ou E), mas que apresentam as seguintes manifestações:
Caso suspeito: uma pessoa que apresenta hepatite aguda com enzimas hepáticas – aspartato aminotransferase (AST) ou alanina aminotransferase (ALT) – acima de 500 U/L, com idade entre 11 e 16 anos, desde 1 de janeiro de 2022
Caso confirmado: Uma pessoa apresentando hepatite aguda com AST ou ALT acima de 500 U/L, com 10 anos de idade ou menos, desde 1 de janeiro de 2022
Caso com vínculo epidemiológico: Uma pessoa que apresenta hepatite aguda de qualquer idade e que é um contato próximo de um caso confirmado desde 1 de janeiro de 2022
Segundo o comunicado emitido pela SES, os casos de hepatite aguda grave de causa desconhecida que correspondam com as definições acima devem ser notificados imediatamente através do e-mail cievs.pe.saude@gmail.com ou pelos telefones: 81 3184-0191 (horário comercial). Apenas para profissionais de saúde, o contato pode ser feito também pelo 81 99488-4267.
No alerta, a SES destaca os casos no Reino Unido, que se apresentaram clinicamente com hepatite aguda grave, com níveis elevados de enzimas hepáticas (AST e ALT) superior a 500 UI/L. Muitos casos apresentavam icterícia (pele amarelada). “Alguns relataram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos nas semanas anteriores. A maioria dos casos não apresentou febre. Alguns dos casos necessitaram de atendimento em unidades especializadas de fígado infantil e alguns foram submetidos a transplante de fígado”, informa.
A causa da hepatite aguda em crianças é o adenovírus?
O adenovírus foi detectado em, pelo menos, 74 casos. Do número de casos com informações sobre testes moleculares, 18 foram identificados como F tipo 41. O coronavírus foi identificado em 20 casos dos testados. Além disso, 19 foram detectados com uma coinfecção por coronavírus e adenovírus.
O Reino Unido, onde a maioria dos casos foi relatada até o momento, observou recentemente um aumento significativo nas infecções por adenovírus na comunidade (particularmente detectada em amostras fecais em crianças) após baixos níveis de circulação no início da pandemia de covid-19. A Holanda também relatou um aumento simultâneo da circulação de adenovírus na comunidade.
No entanto, devido a testes laboratoriais aprimorados para adenovírus, isso pode representar a identificação de um resultado raro existente ocorrendo em níveis não detectados anteriormente e que agora está sendo reconhecido devido ao aumento dos testes.
Outras investigações estão em andamento em países que identificaram casos e incluem históricos clínicos e de exposição mais detalhados, testes toxicológicos (ou seja, testes de toxicidade ambiental e alimentar) e testes virológicos/microbiológicos adicionais. Os países afetados também iniciaram atividades de vigilância aprimoradas.
No alerta emitido a unidades de saúde públicas e privadas, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) explica que “os adenovírus se espalham de pessoa para pessoa e mais comumente causam doenças respiratórias, mas, dependendo do tipo, também podem causar outras doenças, como gastroenterite (inflamação do estômago ou intestinos), conjuntivite (olho rosa) e cistite (infecção da bexiga)”.
A SES acrescenta que o adenovírus tipo 41 geralmente se apresenta como diarreia, vômito e febre, muitas vezes acompanhados de sintomas respiratórios. “Embora existam relatos de casos de hepatite em crianças imunocomprometidas com infecção por adenovírus, o adenovírus tipo 41 não é conhecido por ser uma causa de hepatite em crianças saudáveis”, frisa.
Via PE Notícias
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