Preso na Penitenciária de Tremembé 2, na Região do Vale da Paraíba, em São Paulo, Daniel Cravinhos,
de 36 anos, foi flagrado por agentes penitenciários vendendo
anabolizante a outros presos no pátio do regime semiaberto no domingo
pela manhã. Cada seringa, segundo o relato de outros presos, é vendida a
100 reais dentro de Tremembé 2.
Cravinhos, que cumpre pena de 39 anos de prisão por ter participado do assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen,
em 2002, é um dos que mais malha na penitenciária e os seus músculos
crescem a olhos vistos. “Durante o dia, quando não está trabalhando nas
oficinas da Funap, ele está fazendo flexões ou paralelas em umas barras
instaladas lá dentro”, diz um detento à Veja.
Na semana passada, outro preso, conhecido como Nezão, foi flagrado em
Tremembé 2 traficando seringas de anabolizantes de uso restrito no pátio
do semiaberto. Para se livrar de um castigo mais severo, ele acabou
entregando o nome de um funcionário da Secretaria de Administração
Penitenciária (SAP) que vinha facilitando a entrada das seringas no
presídio e revelou ainda os demais presos que compravam e vendiam essas
drogas típicas de marombeiros. Após a denúncia de Nezão, o ex-namorado
de Suzane foi monitorado e flagrado repassando uma seringa para um outro
preso. Já o funcionário foi transferido.
Daniel está preso junto com o seu irmão, Christian Cravinhos, que
responde pelo mesmo crime. Ambos receberam no sábado visita da mãe, que
chegou a reclamar do exagero dos músculos do filho. Com o flagrante de
hoje, Daniel deverá perder o benefício do regime semiaberto, que
conquistou em 2013, e ficará ainda sem o seu emprego na oficina da
Funap, onde recebe 700 reais por mês para fazer a manutenção das
cadeiras escolares.
Uma outra denúncia que deverá ser investigada pela SAP diz respeito a
uma moto de corrida que entrou em Tremembé para que Daniel fizesse a
manutenção. Presos sustentam que ela pertence ao filho de um gerente da
Funap que participa de competições. Segundo testemunhas, Daniel deixou a
moto feito nova. “Ele é um preso muito querido. Nunca se meteu em
confusão”, relata um detento.
Se perder o benefício do regime semiaberto, Daniel não poderá mais sair
em datas especiais para visitar a mulher, Alyne Bento, biomédica de 30
anos, com quem se casou há três anos. Alyne é filha de uma agente
penitenciária e foi apresentada a Daniel por um irmão que estava preso
suspeito de roubo. A cerimônia de casamento dos dois contou com a
presença de mais de 100 pessoas e ocorreu dentro de uma igreja
evangélica.
Via Bocão News