Minha peleja, meu desígnio.


Dizem que nossa mente é como uma casa. Que pode ser grandiosa ou pequenina, suja ou cuidadosamente limpa. Depende exclusivamente de nós. Pois, a escolha que fizer e toda decisão que tomar, terá seu lado bom e seu lado ruim. Ninguém em sã consciência não vai deixar sua casa ou escritório cheio de sujeira, acumulando lixo ou tomado por ratos e insetos. No entanto, com a casa mental somos menos atenciosos e permitimos que pensamentos infelizes, coisas que não fizera, promessas que não cumprira, saudades raras, sentenças sem vereditos, verdades não muito claras. Rumina afetos, deleta mágoas, rasgando as anáguas do pensamento e que maus sentimentos encontrem morada no coração. 
Assim, permitimos que tenham livre acesso à nossa mente os pensamentos de revolta, inveja, ciúme, ódio e ou quando cultivamos desejo de vingança, rancor e infelicidade.
Nesse momento, é como se enchêssemos de sujeira a mente. Uma pesada camada de pó cobre a alegria e impede que estejamos em paz.
Além da angústia que traz, a mente atormentada influencia diretamente o corpo, acarretando doenças e sofrimentos desnecessários. E pior, contribui para o isolamento.
Sim, porque as pessoas percebem quando não estamos bem espiritualmente.
O azedume de nossas palavras, o rosto contraído, tudo faz com que os outros desejem se afastar de nós, agravando nossa infelicidade.
E o que fazer para impedir que isso aconteça?
A resposta foi dada por Jesus: orar e vigiar. A vigilância é essencial para quem deseja a mente saudável. Mas... de nossa parte, é importante não haver acomodação. É preciso trabalhar para ser merecedor da ajuda que Deus nos manda. Então, busque aquele silêncio proposital, o qual se faz necessário escutar, para caçar o que nunca perdeu. Na verdade, tudo está dentro da consciência, e só a solidão irá trazer de volta o tudo ou o nada que cada um tem dentro de si.
O incômodo de carregar grande peso se torna cada vez mais evidente. Se mantém esses sentimentos no coração, perde precioso tempo na vida, deixa de prestar atenção em fatos importantes, além de provocar enfermidades como consequência. Esse é o preço que se paga todos os dias para manter a dor e os sentimentos negativos que desejamos guardar conosco. Agora, essa escolha é só sua. Você têm duas opções: jogar fora o grande peso ou continua a mantê-lo diariamente, desperdiçando forças para carregar.
Se você opta pela paz íntima terá que se livrar desses sentimentos negativos.
Veja bem, trazemos no cofre de nossa alma todos os tesouros e todas as quinquilharias que, porventura, fomos juntando nos nossos caminhares, pelos caminhos que já percorremos ao longo de nossas existências. Assim, todas as nossas virtudes e todos os nossos sentimentos são conquistas feitas em algum momento de nossa história, e que hoje trazemos para mais este capítulo do livro que estamos escrevendo. Se hoje sentimos raiva, vingança e ódio e se temos inveja ou ciúmes, são desvalores que adquirimos por opção própria, e que ainda fazem parte de nossa estrutura emocional. Por outro lado, se trazemos na alma a doçura, a compaixão pelo próximo, a benevolência no olhar, são resultantes dos esforços que fizemos para adquiri-los e tê-los na intimidade da alma. Se hoje percebemos em nós sentimentos que já não são coerentes com nossos conceitos e valores, começa aí o esforço para a transformação da alma. 
A vida é exatamente essa oportunidade que a Providência Divina nos oferece para que a modificação da alma, para melhor, se faça. E para tanto, nossa vida é pródiga de oportunidades para modificarmos as coisas da alma que precisam ser mudadas.
Seja a esposa intolerante, o marido incompreensível, o filho exigente, o chefe às vezes tirano, todos nos oportunizam a chance de experimentar outros valores e desenvolver renovados sentimentos na alma. Muitas vezes, o convite da vida vem através da doença, do revés financeiro que nos abala, ou do ente querido que parte para o outro Mundo nos deixando órfãos emocionalmente. Todos esses desafios que a vida nos oferece são convites silenciosos que ela nos faz, nos oferecendo a chance de renovar paisagens emocionais, repensar posicionamentos e principalmente, redirecionar nossos passos para caminhos que nos conduzam à felicidade. Em qualquer momento de sua vida, perceba ser ela oportunidade bendita que Deus lhe oferece de iniciar a construção do Reino de Deus dentro de você. Desta forma, a pergunta que mais nos ocorre é a seguinte: de onde vêm os nossos pendores, os dons com os quais nascemos, ou as virtudes e paixões que trazemos na alma? 

Segue a viagem...

Por Hilton Filho
Artesão das letras, Poeta com as mãos.

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