Festival Jegada, no interior da Bahia, teme fim da festa com abate de jumentos


Realizada há 21 anos em Miguel Calmon, a 380 km de Salvador, no centro norte da Bahia, a Jegada, evento em que os participantes desfilam em jumentos, está ameaçada de extinção. Uma das mais tradicionais do Nordeste, que tem o jumento como estrela, a Jegada acontece junto com uma cavalgada, animada por forrozeiros. Há distribuição de cerveja para quem compra uma camiseta.

No Nordeste, o maior evento do tipo é a “Jecana Oficial do Brasil”, realizada há 45 anos em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e que este ano deu R$ 30.000 em premiações em competições diversas — como corridas, desfiles e “jegue fashion”. O evento é uma gincana com jegues, outra forma local usada para designar os jumentos.

Na Bahia, organizadores e participantes do festival temem que a festa perca sua principal atração depois da decisão de abate de jumentos tomada pelo governo do Estado, como medida extrema para reduzir a quantidade destes animais abandonados que ficam soltos nas estradas e provocam acidentes.

Em um frigorífico de Miguel Calmon, 300 animais chegaram a ser abatidos, e a meta é de chegar a 2.000. O Ministério Público Estadual, porém, é contra a medida, e, depois de recomendação da Promotoria, o frigorífico suspendeu os abates.

‘ANIMAL SAGRADO’

Organizador da Jegada e participante desde criança, o comerciante André Souza Santos, 43, rebate os argumentos usados pelo Estado para justificar o abate e diz que “é raridade os acidentes com jumentos nas estradas”.

O animal, diz, ainda é muito útil para os trabalhadores rurais na região de Miguel Calmon, onde se estima ter 5.000 jegues. “Eles estão usando tudo para justificar e matar os bichinhos”, diz ele, para quem acidentes acontecem mais com o bovinos do que com jumentos.

Via PE Notícias

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