Pesquisas mostram desagrado do eleitor com ataques, mas Aécio e Dilma falam em manter o tom
FLORIANÓPOLIS, CURITIBA, SALVADOR e BRASÍLIA - Um dia após o debate mais tenso da eleição presidencial, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) atribuíram um ao outro a iniciativa dos ataques pessoais na discussão, mas prometeram manter o tom elevado se provocados.
No debate no SBT, Dilma fustigou Aécio ao afirmar que nunca empregara parentes e perguntar ao tucano se podia dizer o mesmo. Aécio rebateu, acusando o irmão da presidente de ter sido funcionário fantasma na prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fernando Pimentel (PT).
Ontem à tarde, em discurso em Curitiba, Dilma disse que o PT “não é de briga”, mas sabe reagir quando provocado.
— Não somos de briga, mas quando nos desafiam a gente encara uma boa briga — disse a petista.
Mais cedo, em Florianópolis, Dilma reforçou que não pretende mudar o tom adotado nos últimos debates contra seu adversário. Questionada sobre o tom agressivo do encontro no SBT, a petista se defendeu, dizendo que foi atacada primeiro:
— Eu não estou levando (as discussões) para esse rumo. Eu fui levada a esse rumo.
A presidente falou que não fugirá de temas em debates quando provocada pelo adversário:
— Não posso me furtar ao debate que vier porque sou candidata. Não posso usar nenhum artifício e fugir das discussões.
Em Salvador, Aécio mostrou muita indignação com os ataques pessoais da adversária, mas, de acordo com relatos de aliados, estava aliviado e “de alma lavada” por ter conseguido reagir à altura e empolgar os correligionários.
Aécio disse estar preparado para novos enfrentamentos e já ter um arsenal para contra-atacar, mostrando, por exemplo, que a presidente Dilma transgrediu regras de trânsito ao carregar o neto Gabriel no colo, ao invés de colocá-lo na cadeirinha de bebê.
Fonte:OGlobo