Nessa quinta-feira (12), foram divulgados os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com cartão corporativo da presidência da República. São pelo menos R$ 27,6 milhões em despesas, algumas de teor pessoal e de luxo.
As informações são da agência Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI) e divulgadas em reportagem do Estadão.
Vale lembrar que as informações dos gastos do cartão corporativo de Bolsonaro não estavam incluídas sob o sigilo de 100 anos. A informação era retida pela presidência da República sob a justificativa de poder ser um risco à segurança do presidente e de sua família.
Baseado no artigo 24 de LAI, as informações foram divulgadas após o fim do mandato de Bolsonaro.
Sigilo do cartão corporativo para hotéis de luxo
Dos 59 tipos de despesas feitas por Bolsonaro com o cartão corporativo da presidência, os gastos com hotel foram os maiores consumidores de recurso público.
Do total de R$ 27,6 milhões, pelo menos R$ 13,6 milhões foram em hospedagem, com grande parte deste dinheiro gasto em hotéis de luxo.
Os gastos vão contra vários discursos de Bolsonaro, em que o ex-presidente afirmava ser contra os gastos exacerbados de dinheiro público e que optava pela simplicidade.
Durante os quatro anos de mandato, apenas um hotel, o Ferraretto Hotel, em Guarujá (SP), recebeu R$ 1,46 milhão. O local era onde Bolsonaro costumava passar momentos de descanso.
O valor médio da diária do hotel, segundo o jornal, é de R$ 500, ou seja, o montante gasto por Bolsonaro no cartão corporativo seria suficiente para mais de 2,9 mil diárias.
As dez maiores notas fiscais de despesas no cartão corporativo são de hospedagem, em valores que variam entre R$ 115 mil e R$ 312 mil.
Padaria
Foram contados pelo menos 20 gastos significativos em uma das filiais da padaria carioca Santa Marta. A média do valor das notas fiscais é de R$ 18 mil, com gastos chegando até os R$ 55 mil de uma vez.
No total, o local recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo.
Motociatas com dinheiro público de cartão corporativo
Exemplos dos gastos com motociatas patrocinadas por dinheiro público são as realizadas na Serra Gaúcha e em Porto Alegre, nos dias 9 e 10 de junho de 2021.
Nos dois dias, foram gastos R$ 166 mil no cartão corporativo de Bolsonaro, em 46 despesas, concentradas em hospedagem, alimentação e combustível.
R$ 109 mil em restaurante de marmitas
Foi apontada uma nota de R$ 109 mil em um restaurante de Boa Vista (RR) que oferece marmitas por R$ 20, o Sabor da Casa.
A nota fiscal é do dia 26 de outubro de 2021, quando Bolsonaro estava na cidade para conferir a situação de refugiados venezuelanos.
Além do valor de R$ 109 mil, gasto em um dia, o mesmo local recebeu dois pagamentos, um de R$ 28 mil e outro de R$ 14 mil, em setembro do mesmo ano.
Gastos pessoais sob sigilo no cartão corporativo de Bolsonaro
Gastos em sorveterias (R$ 8,6 mil) e lojas de alta gastronomia (R$ 678 mil) são gastos de teor pessoal, que poderiam ter sido “passadas” com o próprio salário. Na época, Bolsonaro ganhava R$ 30,9 mil como presidente da República.
Gastos pessoais já foram problema para o cartão corporativo. Em 2008, a compra de uma tapioca por R$ 8,30 pelo ministro dos Esportes Orlando Silva virou um escândalo e ele acabou devolvendo o dinheiro.
Via PE Notícias/Estadão
Gastos menores que Lula, seria bom publicar
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