Meio de transporte oficial do presidente da República durante a campanha presidencial, a Força Aérea Brasileira (FAB), recebeu R$ 4.876.949,03 de ressarcimento dos voos que Jair Bolsonaro precisou fazer durante período em que buscava a reeleição.
Os valores foram repassados pelo PL, partido do presidente, à FAB como forma de indenizar os cofres públicos de qualquer prejuízo. Além disso, o partido ainda gastou R$ 500 mil com fretamento de aeronave e R$ 2 milhões com transporte aéreo de cargas.
Viagem a Londres
A viagem eleitoreira Jair Bolsonaro e seus apaniguados a Londres para o funeral da rainha Elizabeth II resultou em gastos que somam cerca de R$ 272 mil relativos a despesas aeroportuárias, apólices de seguro e telefonia.
Ao todo, foram emitidas 46 apólices de seguro em viagem no valor de R$ 21.291,22, segundo a Secretaria-Geral da Presidência. As “despesas aeroportuárias”, que não foram discriminadas, atingiram R$ 250.694,32. A justificativa é de que tais custos são de natureza reservada até o fim do mandato de Bolsonaro, uma vez que poderiam “colocar em risco” sua segurança e a de seus familiares. Já os gastos com telefonia chegaram a R$ 730,77
Os dados constam de respostas a requerimentos de informação apresentados pelos deputados Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Túlio Gadêlha (Rede-PE).
A Secretaria da Presidência, no entanto, não apontou quais foram os integrantes da comitiva brasileira. Da família Bolsonaro, Michelle e Eduardo também embarcaram em aeronave da FAB. Nela, estavam ainda o pastor Silas Malafaia e o padre Paulo Antônio de Araújo.
Nem mesmo o próprio Malafaia soube explicar o motivo de sua ida. Ao tentar justificar, sugeriu que o presidente o levou “pela questão religiosa”. Em resposta a um pedido via Lei de Acesso à Informação, o Itamaraty afirmou que “não dispõe de informações sobre gastos relativos aos dois”.
A viagem, sabe-se, foi usada pelo então candidato à reeleição para fazer campanha.
Por Lauro Jardim/O Globo