O número de armas roubadas do depósito da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, no Recife, é pelo menos três vezes maior do que o que tinha sido divulgado em agosto de 2021. Foram 1.131 armamentos furtados, segundo aponta um documento interno da própria corporação, de fevereiro do ano passado.
O caso foi descoberto em janeiro de 2021 e, em agosto do ano passado, a polícia fez uma coletiva de imprensa em que divulgou que 326 armas foram roubadas.
Antes disso, em janeiro do ano passado, a polícia chegou a tratar o caso, com a imprensa, como sumiço de “algumas armas”. No entanto, o número divulgado pela corporação representa menos de um terço do que foi roubado da Core, sob responsabilidade da Polícia Civil, que nega que o número tenha sido subestimado.
Segundo a Polícia Federal, nenhuma das armas roubadas foi recuperada. Com relação a prisões, cinco policiais civis foram presos pela Operação Reverso, por suspeita de roubar as armas e repassar a criminosos.
O acervo bélico roubado inclui 119 armas da Guarda Municipal de Ipojuca, avaliadas em mais de R$ 500 mil, e armas da Academia de Polícia Civil, que estavam armazenadas na Core por “questões de segurança”, justamente para evitar que fossem roubadas.
Essa lista de armas roubadas é um documento interno da Polícia Civil, assinado pelo delegado especial Adelson dos Santos Barbosa, então chefe da Unidade de Operações Especiais (Uniope). A relação foi feita no dia 24 de fevereiro de 2021, cinco meses e 16 dias antes de a Polícia Civil divulgar que o número de armas furtadas era 326.
No documento da Polícia Civil, o delegado especial Adelson dos Santos Barbosa afirmou que as armas listadas não foram encontradas no setor de Armaria da unidade e que isso indicava a “existência de subtração criminosa”.
Ainda segundo o documento, a listagem das armas foi inserida no Sistema Nacional de Armas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O G1 entrou em contato com a Polícia Federal, que, sem dar detalhes, confirmou o recebimento da relação no dia 24 de fevereiro de 2021.
Do G1