A declaração foi dada à repórter Isabela Camargo, da GloboNews, na noite de sexta-feira (15/7). Na entrevista, Cecconello afirma que uma das primeiras ações da polícia foi ir atrás do celular de Guaranho. Segundo ela, é essencial a extração do conteúdo de telefone porque pode haver algum comentário do suspeito sobre o caso.
“Então, a análise do celular é muito importante sim e pode trazer algum elemento novo na investigação”, disse a delegada. “Mas como temos um prazo a cumprir, sob pena de que o não cumprimento pode acarretar a soltura do réu, nós temos que relatar o inquérito com os elementos que nós temos e, claro, aguardar”, continuou.
A data limite para a entrega do inquérito estava marcada para terça-feira (19/7). Durante a coletiva que divulgou o indiciamento de Guaranho, a Polícia Civil do Paraná concluiu que o caso não poderia ser enquadrado, juridicamente, como crime de motivação política.
Segundo Cecconello, “não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista”. A briga teria começado por questões políticas, mas, para a polícia, a escalada da violência virou um assunto pessoal. O assassino teria decidido voltar à festa por ter se sentido humilhado pela vítima.
Marcelo Arruda foi morto durante a festa de aniversário de 50 anos no último sábado (9/7).
Confira a cronologia do caso:
Uma pessoa, em um churrasco, acessou imagens de circuito interno de segurança de onde ocorria festa. Jorge José estava no evento e perguntou onde era realizada a comemoração, mas não fez comentários. Ele, segundo a polícia, ingeriu bebida alcoólica.
Segundo os depoimentos, ele chegou ao local da festa de Marcelo ouvindo uma música ligada à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Houve uma discussão entre eles. Marcelo jogou terra e pedras no carro de Jorge José, que foi embora, mas retornou ao local.
É solicitado ao porteiro que ele impeça a entrada do policial penal, mas Guaranho abriu o portão sozinho. Avisado de que Guaranho havia voltado, Marcelo, que era guarda municipal, carrega a arma e coloca na cintura.
Os dois começam a discutir, e a mulher de Marcelo tenta intervir. O petista e o policial penal ordenam um ao outro para abaixar a arma.
Jorge José da Rocha Guaranho atirou primeiro contra Marcelo, invadiu a festa e fez mais disparos. Ao todo foram quatro disparos, e dois atingiram a vítima. Marcelo reagiu com 10 tiros. Quatro acertaram Jorge José.
Veja as cenas:
O vídeo mostra Jorge Guaranho se aproximando do local da festa e gritando. O aniversariante reage jogando o que seriam pequenas pedras, segundo a delegada que apura o caso. Depois, Jorge saca a arma pic.twitter.com/3ZQsaqfmci
🚨 Novas imagens mostram início da ação que resultou na morte de Marcelo Arruda.
— Metrópoles (@Metropoles) July 11, 2022
O vídeo mostra Jorge Guaranho se aproximando do local da festa e gritando. O aniversariante reage jogando o que seriam pequenas pedras, segundo a delegada que apura o caso. Depois, Jorge saca a arma pic.twitter.com/3ZQsaqfmci
➡ Imagens fortes: vídeo mostra momento em que tesoureiro do PT é morto a tiros em festa
— Metrópoles (@Metropoles) July 10, 2022
Ao ser atacado, o petista Marcelo Arruda caiu no chão e foi alvo de disparos, mas conseguiu reagir e atirar contra o agressor.
Leia: https://t.co/WHVh6i1DBI pic.twitter.com/b9lHTW2IYh