Agricultura de Pernambuco sofre com excesso de chuvas

Os prejuízos provocados pelas chuvas se acumulam na agricultura de Pernambuco. Desde novembro do ano passado, as precipitações acima da média levaram a prejuízos milionários para os produtores. Os primeiros estragos foram no Vale do São Francisco, no Sertão, onde dezenas de milhares de toneladas de frutas se perderam as águas em excesso, seja por inundações ou fatores biológicos, como os fungos, provocados pelas chuvas. Mais recentemente, os temporais na Região Metropolitana do Recife (RMR), nas matas Norte e Sul e no Agreste trouxeram danos para o cultivo da cana.

Passado o pior momento no Vale do São Francisco, os produtores de frutas, especialmente de uva e manga, chegaram a um número mais próximo das perdas. A princípio, no fim do ano passado e começo deste ano, a estimativa era de R$ 80 milhões de prejuízo, mas, com o passar do tempo e os efeitos sobre as plantações, a conta foi elevada para cerca de R$ 500 milhões. Algumas semanas entre novembro e fevereiro, dentro da quadra chuvosa da região, registraram precipitações entre 300 e 500 milímetros, quando a média anual é de cerca de 400 milímetros. Nas uvas, por exemplo, o excesso de água faz os frutos incharem e estourarem.

A preocupação dos produtores é o futuro. Fora os prejuízos, eles enfrentam a alta de preços dos insumos agrícolas, dos fretes marítimo e terrestre. Por trás do sistema de transporte para a exportação, eles veem a guerra da Ucrânia desarranjar a logística marítima de containers. “Além de todo esse cenário de dificuldades, temos ainda pela frente uma crise energética global, o aumento da produção europeia de uvas com variedades de ciclo tardio e resistentes à chuva e o avanço de mais pomares com áreas cobertas na Europa”, disse o fruticultor Silvio Medeiros.

No fim de maio e começo de junho, as chuvas que castigaram a área mais próxima ao mar no estado prejudicaram as plantações de ao menos uma dezena de usinas. Em Timbaúba, na Mata Norte, o Rio Cruangi invadiu canaviais, a área administrativa e o parque industrial da Cooperativa do Agronegócio dos Associados da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf), molhando ao menos 100 motores e 30 máquinas de solda.  De acordo com a Coaf, 70% deles estavam prontos para ser utilizados na próxima safra, com início programado para o fim de agosto deste ano.

“A usina foi tomada pelas águas, tendo áreas inundadas com até um metro de altura. A mais afetada foi no administrativo, mas sem grandes danos”, divulgou a direção da cooperativa. Ainda, conforme ela, “o trabalho de recuperação, com o uso de estufas, começou. A previsão é de que tudo esteja pronto até o início da safra. Apesar disso, a unidade prevê uma boa moagem, com expectativas até de recortes em função dos volumes de chuva nos canaviais dos cooperados da usina”.

Via PE Notícias

Postar um comentário

Comente Abaixo!

Postagem Anterior Próxima Postagem

Em Cima dos Posts