Evangélicos ou não, vereadores de Petrolina aprovam atividades religiosas como serviço essencial



A maioria dos vereadores da Casa Plínio Amorim colocou de lado as críticas do Professor Gilmar Santos (PT) e aprovou na sessão remota de ontem (27) o projeto de lei 037/2021 – de autoria de Alex de Jesus (Republicanos), Diogo Hoffmann (PSC), Josivaldo Barros (PSC) e Osinaldo Souza (MDB), que integram a bancada evangélica, além do Capitão Alencar (Patriota) e Júnior Gás (Republicanos). A matéria pedia a inclusão das atividades religiosas como serviço essencial em momentos de calamidade pública como esse da pandemia de Covid-19. Nas duas votações, a matéria passou por 17 votos a favor  e um contra (justamente o do Professor Gilmar).

Relator da Comissão de Justiça, Redação e Legislação Participativa da Casa, Ruy Wanderley (PSC), que também é evangélico, assumiu seu “posicionamento veemente” em defesa do projeto. Segundo ele, são os templos religiosos, independente de crenças, que exercem um papel fundamental na pandemia no sentido de manter não apenas o equilíbrio espiritual como psicológico. Além disso, Ruy destacou que as igrejas prestam um papel relevante na área social, colaborando em minimizar o sofrimento dos mais carentes, sobretudo nesse momento.

Mas ele também fez ressalvas pelo fato de o projeto só ter entrado na pauta depois que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ter aprovado matéria semelhante há cerca de duas semanas. “Não podemos jogar a responsabilidade apenas para os deputados. Precisamos também fazer nossa parte, porque somos nós quem está mais perto da população”, avaliou.

Católicos, a governista Maria Elena (MDB) e seu colega de bancada César Durando (DEM) também respaldaram o projeto. Elena chegou a dizer que compreendia o comentário do Professor Gilmar, mas argumentou que não teria como votar contra se em Petrolina existem práticas até mais afrontosas em relação aos decretos com medidas restritivas de combate à pandemia. Já César justificou ter ido a templos evangélicos, quando foi convidado, e observou que esses locais estão seguindo rigorosamente todos os protocolos das autoridades sanitárias quanto à prevenção da Covid-19.

Humildade

Um dos protagonistas da celeuma em torno do projeto, por não ter dado seu parecer, o presidente da Comissão, Wenderson Batista ‘Pé de Galo’ (DEM) recebeu uma saraivada de críticas pelas redes sociais, nas últimas semanas. Ele explicou que sua atitude não foi por insensibilidade às necessidades espirituais dos cidadãos ou cerceamento às liberdades de culto. Pé de Galo destacou que é um cristão e lembrou que os decretos estaduais não proibiam o fechamento de igrejas ou templos, permitindo aos devotos exercer sua fé de maneira individual. Além disso, os líderes religiosos podiam propagar a Palavra de Deus utilizando as lives e outros meios de comunicação.

Mas ao tomar a decisão de negar a votação do projeto, ele disse ter levado em conta a situação dramática vivida por Petrolina no mês de março, quando as UTIs bateram 100% de ocupação. Com a aprovação de uma matéria semelhante na Alepe, de autoria do Pastor Collins (PP), Pé de Galo justificou que, a partir de então, havia uma legalidade hierárquica jurídica em nível estadual, fazendo com que o projeto municipal pudesse ser destravado. “Tive a humildade para voltar atrás”, ponderou.

VIA CARLOS BRITTO

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