Quem circula pelas estradas de Pernambuco sabe que um dos maiores desafios da gestão estadual é recuperar essa malha viária. Em maio de 2019, o governo Paulo Câmara lançou o programa Caminhos de Pernambuco, divulgado como “o maior programa de reestruturação da malha viária lançado no Estado”. O investimento inicial seria de R$ 505 milhões com recursos do Tesouro Estadual para requalificar 5.554,5 quilômetros de estradas até 2022. Até agora, dois anos após o lançamento do programa, as obras concluídas consumiram R$ 79 milhões do valor total.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, atualmente as obras em andamento somam R$ 167 milhões e outros R$ 65 milhões estão sendo investidos em serviços de manutenção rotineiras, executados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A chegada da pandemia da covid-19 comprometeu o ritmo das obras no ano passado e agora será necessário acelerar para cumprir a meta. Independentemente se vai disputar ou não uma vaga na Câmara dos Deputados, Paulo Câmara (PSB) espera fazer seu sucessor e a deficiência das rodovias do Estado é sempre um tema sensível nas campanhas eleitorais.
Para tentar alcançar a meta, o governador conta com a experiente técnica Fernandha Batista no comando da Secretaria de Infraestrutura. Com passagens pela Projetec e Emlurb, ela tem atuação reconhecida no gerenciamento de projetos e de obras de grande porte. A secretária conta que uma das estratégias para acelerar a licitação das obras é tentar vencer os entraves burocráticos. Solicitar licenças ambientais em blocos é uma delas.
Obras concluídas
No ano passado foram entregues obras como a via de acesso a Conceição das Crioulas, em Salgueiro (Sertão); a primeira etapa da implantação do pavimento da VPE-119, em Sapucarana; a primeira fase da reconstrução da PE-166, em Belo Jardim (Agreste); a implantação e pavimentação da VPE 240, em Rainha Isabel; e o acesso a São Benedito do Sul (Zona da Mata).
Em 2021, foram concluídos os acessos a Machados, Cumaru e João Alfredo e a reconstrução da primeira etapa da PE-265 (entrada da BR-232 até Sertânia). A via passará ainda por outras duas fases de trabalho para a requalificação total de mais de 30 quilômetros.
“Em 2019 fizemos um levantamento detalhado da infraestrutura rodoviária do Estado e identificamos a necessidade de recuperação de 51 rodovias. Estamos realizando este trabalho observando dois impactos principais: a segurança dos usuários das estradas e o impacto econômico. Com a pandemia da covid-19 esses objetivos ganharam ainda mais força, porque as obras vão ajudar na recuperação econômica, gerando emprego e renda. Além disso vamos adequar à infraestrutura à necessidade dos municípios”, destaca a secretária.
Captação de recursos
O sucesso do Caminhos de Pernambuco também depende da captação de recursos. O valor de R$ 505 milhões destinado pelo governo do Estado foi determinante para realizar as primeiras obras, mas a expectativa do Estado é captar mais R$ 1 bilhão em operações de crédito. Para conseguir buscar esse dinheiro nos bancos, o governo aguarda autorização da Assembleia Legislativa (Alepe) e a mudança na classificação de Pernambuco, de C para B, na Capacidade de Endividamento (Capag) definida pelo Tesouro Nacional. “A expectativa é que o Tesouro emita formalmente essa mudança até setembro, mas pode acontecer antes”, acredita Fernandha.
Além da captação de recursos por meio de operações de crédito, o governo do Estado também trabalha na realização de projetos de modelagens de PPPs para pelo menos quatro rodovias: PE-90, PE-45, PE-60 e PE-50. Os projetos estão sendo elaborados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Via PE Notícias