Em seu primeiro pronunciamento público após a anulação de suas condenações no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (10), que foi vítima da “maior mentira jurídica contada em 500 anos de história” do Brasil.
Comparando-se a um escravizado que sofre chibatadas e só escaparia da tortura se pedisse desculpas ao “dono”, o petista disse que não está magoado com os julgamentos transcorridos até aqui, apesar de, na sua visão, ter razão para mágoa.
Lula lembrou o momento em que, em abril de 2018, deixou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, de onde discursou hoje, para se entregar à Polícia Federal (PF) à época, após a determinação de sua prisão.
– Fui contra minha vontade, porque sabia que estavam prendendo um inocente. Tomei a decisão de me entregar porque não seria correto aparecer na capa de jornais como fugitivo. Tomei a decisão de provar minha inocência dentro da sede da PF, perto do juiz Moro, afirmou.
O ex-presidente sustentou que, por consciência do que acontecia no Brasil, tinha certeza, mesmo ao se entregar, de que chegaria o dia em que ele provaria sua inocência.
– A quadrilha de procuradores e o Moro entendiam que a forma de me pegar era me colocar na Lava Jato. Ontem, a verdade prevaleceu dita pelo ministro Gilmar Mendes, pelo Ricardo Lewandowski e até pela Cármen Lúcia, comentou, em referência à retomada do julgamento do habeas corpus em que sua defesa pede a suspeição do ex-juiz federal.
Apesar de celebrar a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgá-lo nos processos da Lava Jato, Lula garantiu que continuará brigando na Corte para que Moro seja considerado suspeito.
– Moro não tem direito de se tornar o maior mentiroso do Brasil e ser considerado herói, emendou o ex-presidente.
Com a sessão desta terça-feira (09), o placar na Segunda Turma do STF está empatado em 2 a 2. O julgamento foi suspenso depois de pedido de vistas (mais tempo para análise), feito pelo ministro Kassio Nunes Marques.
Via PE Notícias