MPT promove debate sobre negritude e igualdade racial

Igualdade Racial/Foto: Rafael Furtado

Para marcar o mês da Consciência Negra, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco promove o evento “Diálogos negros: consciência e luta dentro e fora do mercado de trabalho” no dia 29 de novembro, às 13h, no auditório da sede do órgão (Rua Conselheiro Portela, 531 - Espinheiro). O encontro, que é aberto ao público, tem o objetivo de promover discussões sobre negritude, racismo e desigualdade racial no trabalho. A programação conta com exibição de documentário e roda de debate com convidadas. As inscrições podem ser feitas por meio do link e estão limitadas ao número de 40 vagas.

Abrindo a programação, o documentário “Ser Solidão” aborda a condição das mulheres negras na sociedade brasileira. Colocadas em um lugar de exclusão ao longo da vida, o sentimento da solidão se materializa e toma forma em situações como a maternidade, no ambiente escolar e nos relacionamentos. Realizado por Emanuely Lima, estagiária da Assessoria de Comunicação do MPT, o filme foi produzido como Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“O documentário representa muito da minha trajetória acadêmica e pessoal, do meu processo de entendimento sobre o que significa ser uma mulher negra no Brasil e da carga que essa identidade carrega. Ao mesmo tempo em que não parte apenas das minhas vivências, mas da dimensão da solidão enquanto um fenômeno social, atravessado pelo racismo e pelo machismo, imposto às mulheres negras, em níveis e formas diferentes, mas sempre presente. Por isso trago as vozes de outras mulheres”, explica Emanuely.

O evento segue com discussões sobre desigualdade racial no mercado de trabalho. A jornalista Geisa Agrício da Agência Pavio, responsável por idealizar a campanha institucional do MPT #NossoLugarÉLegítimo, que trata de diversidade e igualdade de oportunidades no trabalho, fala sobre o assunto.

Segundo pesquisa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a maior taxa de desemprego está concentrada nas pessoas pretas e pardas, 64,2%. Além disso, as pessoas negras ainda são minoria nos cargos de chefia, apenas 29,9%, em relação à 68,6% de pessoas brancas. A desigualdade se aprofunda ainda mais quando se faz o recorte de gênero, a presença de mulheres negras é de apenas 0,4% nos quadros executivos, segundo pesquisa do Instituto Ethos de 2015.

Estarão presentes também para as discussões, as procuradoras do Trabalho Melícia Carvalho Mesel e Lorena Bravo, coordenadora e vice-coordenadora regionais, respectivamente, da Coordenadoria de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT. Dentro das atribuições da Coordenadoria está a de coibir discriminações em razão da origem, raça, cor ou etnia e reforçar a importância da promoção da inclusão das pessoas negras no mercado de trabalho.

Dia da Consciência Negra

No dia 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, instituída por meio da lei 12.519, de 10 de novembro de 2011, sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A data marca a morte de Zumbi dos Palmares, ex-escravizado e líder do Quilombo dos Palmares, considerado símbolo da resistência contra a escravidão. Após 324 anos do falecimento, a data ressalta a importância de valorizar a cultura e identidade negras, refletir sobre a posição dos negros na sociedade e fomentar as discussões e a luta contra o racismo e desigualdades sociais.

Via FolhaPE

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