Dores e espasmos de Rodrigo Bardon reduzem com o consumo do óleo da cannabis — Foto: Isanelle Nascimento/Sistema Verdes Mares
O impacto positivo da cannabis medicinal sobre a vida de Rodrigo Bardon, 35, fica mais claro com o passar dos anos. Com o uso do óleo derivado da planta, suas dores e espasmos diminuem em questão de horas. No último domingo (15), completaram-se dois anos desde quando foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a realizar o cultivo em casa, sendo o primeiro adulto no Brasil a conseguir a permissão.
“O ano de 2019, em nove meses, já teve evoluções que a gente não teve em anos. Já temos muitas associações sendo criadas, já tem empresas farmacêuticas interessadas. Agora, estamos atrás de posicionamentos. Você é a favor do uso medicinal, você é contra? Vamos falar de forma pragmática. Há pacientes precisando”, afirma.
O cearense convive com a tetraplegia desde 2005, quando, aos 21 anos de idade, sofreu um acidente ao pular em uma piscina. Ele fraturou duas vértebras da coluna cervical, perdendo os movimentos do corpo abaixo dos ombros.
Bardon, que é funcionário público, comentou sobre o cenário atual do tratamento durante o 1º Seminário de terapêutica e legislação sobre cannabis medicinal, na terça-feira (17), no auditório da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), em Fortaleza. O evento foi organizado pelo Conselho Estadual de Saúde do Ceará (Cesau).
“Sempre tive muitos problemas com dores. Já tive vício em alguns opiáceos. Muitos espasmos, também. E os remédios controlados têm vários efeitos colaterais. Quando esses remédios não me faziam mais falta, porque eu já usava a cannabis em óleo e vaporização, eu percebi que esse era o caminho.”
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