Flávio Santos e Agadir|Foto: Divulgação / Vilanova Fotografia
Mais do que uma companhia do dia a dia, o amor pelo animal de estimação também traz qualidade de vida para quem enfrenta uma doença grave. Uma semana depois de um encontro com o pastor-de-shetland Agadir, o guia de turismo Flávio José Santos, 59, internado há três semanas em tratamento contra um câncer, tem apresentado melhora clínica. “Ele está à base de morfina e, desde a visita do cachorro, ainda reclama da dor, mas quer ficar mais acordado. Está bem melhor”, conta o companheiro do paciente, o designer de interiores João Chagas.
O encontro foi realizado no último dia 10 de setembro em uma sala no edifício-garagem do hospital Memorial São José, no bairro do Derby, área central do Recife. Foi a primeira vez que o centro de saúde permitiu a entrada de um animal nas dependências da unidade. Para que a visita fosse possível, foi necessária toda uma preparação. “Orientei para que o animal fosse levado a um pet shop e também que tivéssemos uma avaliação do veterinário de que as vacinas estavam em dia”, explica a supervisora de enfermagem do setor de oncologia do hospital, Luisa Frazão.
Saúde
Na mesma semana do encontro no Recife, ocorreu outra visita desse tipo no Sul do País. Na última sexta-feira, um senhor de 84 anos, que se tratava de problemas cardíacos, recebeu a cadela no hospital onde estava internado, na cidade de Guarapuava, no interior do Paraná.
Ao suscitar sentimentos positivos, a relação com os animais pode ajudar no tratamento e na prevenção de doenças. No Vida Plena de 22 de julho, a Folha mostrou os benefícios da zooterapia, que busca melhorar a qualidade de vida das pessoas a partir da convivência com os bichos. “Só a evocação de uma memória do animal de estimação já é o suficiente para fazer alguém se sentir melhor. Se uma pessoa levanta da cama e, a partir disso, encontra seu bicho, é um reforçador positivo. A partir de agora, ela associa sair da cama a encontrar o animal e passa menos tempo deitado, ou sai para caminhar com mais frequência”, explicou, à época, o zooterapeuta Bruno Farias.
Por: Artur Ferraz | FolhaPE