Presidente da OAB aciona STF contra falas de Bolsonaro sobre pai

Ação do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi assinada por 12 ex-presidentes da entidade. Foto: Reprodução/OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, protocolou na tarde desta quarta-feira (31), uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro esclareça as declarações feitas sobre o desaparecimento de seu pai, Fernando Santa Cruz, em fevereiro de 1974.

No documento, que é assinado por 12 ex-presidentes da entidade, o advogado afirmou que a fala do chefe do Executivo Federal pode caracterizar calúnia contra os mortos na ditadura e injúria contra ele.

Para Felipe Santa Cruz, quando Bolsonaro insinuou que o seu pai não foi vítima de desaparecimento forçado pelo regime ditatorial estaria escondendo informações ou divulgando informações falsas. “Não é demais lembrar que ao presidente cabe o dever de comunicar eventuais informações sobre a prática de crimes e graves violações”, alegou.

O advogado também argumentou que não seria a primeira vez que Bolsonaro tentaria desqualifica-lo.  “A diferença é que, agora, na condição de presidente, ele confessa publicamente saber da forma e da circunstância em que cometido um grave crime contra a humanidade, a saber, o desaparecimento forçado de Fernando de Santa Cruz, além de ofender a memória da vítima, bem como o direito ao luto e à dignidade de seus familiares”.

A polêmica começou na segunda-feira (29) quando Jair Bolsonaro disse, em entrevista a jornalistas, que contaria ao presidente da OAB como o pai dele desapareceu. A fala seria para criticar a atuação da entidade nas investigações do caso Adélio Bispo, autor do ataque contra o chefe do Planalto. “Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro.

Depois, Bolsonaro acrescentou: “Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro”, falou o presidente.

Após repercussão, o presidente da República fez uma live no Facebook enquanto cortava o cabelo. No vídeo, ele sugere que grupos de esquerda teriam assassinado Fernando Santa Cruz em uma espécie de “justiçamento”. “Não foram os militares que mataram ele não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo o que aconteceu”.

Via OP9

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