A transferência de Lula para São Paulo, realizada a pedido de Polícia Federal e autorizada pela juíza de Curitiba Carolina Lebbos, é vista pelo ex-presidente como uma retaliação da PF. Desde que o delegado Luciano Flores assumiu o comando do órgão no Paraná, em fevereiro deste ano, a relação entre a PF, o petista e seus advogados começou a passar por desgastes.
O principal motivo é que Flores impôs uma série de restrições a Lula, que está preso na PF de Curitiba desde abril do ano passado. Na gestão do novo superintendente, as visitas de advogados passaram a ter número de pessoas e tempo limitados. Lula, que antes podia receber vários defensores ao longo do dia, passou a ter autorização para ter dois encontros diários com três advogados em cada. As conversas podem durar uma hora pela manhã e uma hora pela tarde.
Insatisfeito com a mudança, o ex-deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), que também atua na defesa do ex-presidente, acionou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A instituição enviou um representante para Curitiba para avaliar se as prerrogativas de Lula estavam sendo atendidas. Após a visita da OAB, há pouco mais de um mês, a chefia da PF disse que voltaria a flexibilizar as regras da visita, o que não aconteceu.
Defesa entrará com recurso para impedir transferência
O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que entrará com um recurso para impedir que a transferência de Lula para São Paulo.
— Essa decisão por si contém uma ilegalidade, o afastamento da sala de Estado Maior para abrigar o ex-presidente. Como a transferência o coloca em situação de vulnerabilidade, entraremos com um recurso para impugná-la, mas estamos definindo qual será o caminho.
O pedido de transferência de Lula foi feito pela PF e a defesa do ex-presidente sempre se manifestou contra a mudança.
Nesta quarta-feira à tarde, o juiz corregedor Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), determinou a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Penitenciária II de Tremembé “José Augusto César Salgado”, conhecido como ‘presídio dos famosos’, localizada no interior de São Paulo, onde deve cumprir o restante da pena de 8 anos e 10 meses por condenação na Lava-Jato, no caso do tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. A data da transferência não foi definida.
Via PE Notícias