Bolsonaro usa informações falsas para atacar a jornalista Míriam Leitão

O presidente Jair Bolsonaro concede entrevista a correspondentes de veículos estrangeiros, em Brasília Foto: MARCOS CORREA 19-07-2019 / AFP

Em café da manhã com jornalistas da mídia estrangeira, na manhã desta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro usou informações falsas para atacar a colunista do GLOBO Míriam Leitão . Ele afirmou que a jornalista integrou a luta armada contra a ditadura militar instalada no país em 1964 e dirigia-se à guerrilha do Araguaia quando foi presa, na década de 1970. Disse ainda que Míriam mente ao afirmar que sofreu abusos e foi torturada na prisão.

Na última terça-feira, a 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, anunciou ter cancelado a participação da jornalista e de seu marido, o sociólogo Sérgio Abranches, "para garantir a segurança dos convidados" no evento, após receberem uma petição de repúdio à presença deles devido a seu "viés ideológico e posicionamento".

Intelectuais criticaram a exclusão da jornalista e do sociólogo da feira e classificaram o episódio de intolerância como "inaceitável".

Na entrevista desta sexta, ao ser questionado sobre o episódio da feira, Bolsonaro se disse "completamente aberto à liberdade de imprensa". Em seguida, acrescentou que Míriam Leitão deveria aprender a receber críticas — como ele, sustentou o presidente, teria aprendido. E, de forma equivocada, afirmou que a jornalista "tentou impor a ditadura no Brasil na luta armada".

— Ela estava indo para a guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória. E depois (Míriam) conta um drama todo, mentiroso, que teria sido torturada , sofreu abuso etc. Mentira. Mentira — disse ele aos correspondentes de veículos estrangeiros.

Bolsonaro disse ainda que Míriam serve a um "império" que não tem mais "aquela força que tinha no passado", em referência à mídia tradicional, que pratica jornalismo profissional. E, com o celular na mão, o presidente exaltou o que chamou de "mídia completamente livre", em referência às redes sociais.

O Globo


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