Papa diz que barreiras físicas não resolvem problemas de imigração

Papa Francisco em visita ao Marrocos — Foto: Youssef Boudlal/Reuters

O papa Francisco afirmou neste sábado (30) que problemas de imigração jamais serão resolvidos por barreiras físicas, mas por justiça social e correção dos desequilíbrios econômicos mundiais.

Francisco, iniciando uma visita de dois dias ao Marrocos, também apoiou os esforços do rei Mohammed VI de espalhar uma forma moderada do Islã que promove um diálogo inter-religioso e rejeita qualquer forma de terrorismo e violência em nome de Deus.

Nos últimos meses, a imigração tem alcançado novamente a frente de debates políticos nacionais em uma série de países do Norte da África e da Europa, além dos Estados Unidos.

O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu cumprir sua promessa de campanha de construir um muro na fronteira com o México e, na sexta-feira, ameaçou fechar a fronteira na próxima semana caso o México não impeça os imigrantes de chegarem aos Estados Unidos.

“A questão da imigração nunca será resolvida pela construção de barreiras, fomentando o medo dos outros ou negando assistência àqueles que legitimamente aspiram a uma vida melhor para si próprios e suas famílias”, disse Francisco em cerimônia de boas vindas.

“Nós sabemos também que a consolidação de uma verdadeira paz vem através da busca por justiça social, que é indispensável para corrigir os desequilíbrios econômicos e a instabilidade política que sempre teve um grande papel em gerar conflitos e ameaçar toda a humanidade”, disse ele.

O Marrocos tem se tornado um ponto de saída importante para imigrantes africanos tentando chegar à Europa após repressões que fecharam ou limitaram rotas em outros locais. O ministro anti-imigração da Itália fechou portos aos navios de resgate comandados por grupos de caridade.

Francisco, que fez da defesa de imigrantes e refugiados uma parte importante de sua pregação, afirmou estar preocupado sobre o “destino frequentemente sombrio deles” e países que os recebem devem reconhecer que os imigrantes são forçados a deixar seus países pela pobreza e convulsão política.

Papa Francisco encontra o rei Mohammed VI em visita ao Marrocos — Foto: Vatican Media/­Handout/Reuters

Diversidade de crenças
O papa Francisco e o rei do Marrocos, Mohammed VI, também defenderam a proteção do caráter multirreligioso de Jerusalém, afirmando que os locais sagrados da cidade precisam ser acessíveis a fiéis de todas as crenças.

Em um apelo conjunto, o papa e o monarca disseram que estão “profundamente preocupados pela sua representatividade espiritual e vocação especial como uma cidade da paz”.

Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a decisão de Washington de transferir a embaixada dos EUA para Jerusalém, em 2017, o papa, outros líderes cristãos e chefes de Estado muçulmanos passaram a demonstrar mais preocupações com a cidade.

“Consideramos importante preservar a Cidade Sagrada de Jerusalém/Al-Qods Acharif como patrimônio comum da humanidade e, especialmente para os seguidores das três religiões monoteístas, como um local de encontro e um símbolo de coexistência pacífica, onde o respeito mútuo e o diálogo possam ser cultivados”, afirmaram, em um comunicado conjunto, usando o nome árabe de Jerusalém.

O comunicado pediu “total liberdade de acesso” para judeus, muçulmanos e cristãos e uma garantia pelo direito de praticar a fé no local.

Do G1/Mundo

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