“Serei o 1º preso político do país no século 21”, diz Lula durante lançamento de livro que fala das acusações contra ele

À espera de decisão sobre seu recurso na segunda instância da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta sexta (16) que, se mantida a condenação, será “o primeiro preso político do país no século 21”.

Em discurso ao lado de aliados políticos e apoiadores no sindicato dos químicos em São Paulo, Lula atacou a Lava Jato e disse que está animado, apesar de condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a 12 anos e um mês de prisão.

Segundo ele, o objetivo da operação é “execrar e condenar as pessoas antes do julgamento”. “Eu tenho consciência de que os que me condenaram não têm a consciência tranquila da inocência que eu tenho porque eles acham que mentiram”, afirmou, antes de criticar imprensa, Ministério Público e Justiça pelo processo do tríplex em Guarujá (SP).

“O jornal O Globo mentiu quando disse que eu era dono do apartamento, a Polícia Federal mentiu quando fez o inquérito, o Ministério Público Federal mentiu quando fez a acusação, o [juiz Sergio] Moro mentiu quando me condenou e o TRF-4 mentiu quando manteve a pena e ainda aumentou,” disse o ex-presidente.

Para Lula, isso tudo aconteceu porque “a desgraça de quem conta a primeira mentira é passar a vida mentindo para poder justificar a mentira que eles contaram”. Essa mentira seria, segundo o ex-presidente, de que ele era o líder do esquema de corrupção na Petrobras.

O evento encheu o auditório do sindicato no centro de São Paulo, onde ocorreu o lançamento do livro “A Verdade Vencerá: O Povo Sabe Por Que Me Condenam” (ed. Boitempo), em que Lula diz estar “pronto para ser preso” e afirma que não fugirá.

No livro, Lula é entrevistado por quatro pessoas, incluindo o jornalista e colunista da Folha de S. Paulo Juca Kfouri, que discursou antes do evento.

Kfouri afirmou que a obra pretendia expor “a verdade do presidente Lula” e que cabe ao leitor ficar ou não convencido dela, mas acrescentou que os entrevistadores “ficaram convencidos de que a verdade do presidente Lula é a verdade”.

Na entrada do evento, eram vendidos camisetas e bottons estampados com a imagem de Lula e bottons. Foram distribuídos panfletos que diziam que a condenação do ex-presidente foi fraudulenta.

Uma mulher no palco pediu para que não fossem distribuídos adesivos que diziam “Não à prisão de Lula” por causa da conotação anti-publicitária da palavra “prisão”. Em vez disso, pediu que fosse dito “Lula inocente, Lula presidente”.

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