Na manhã desta quinta-feira (28.09), a Polícia Militar por determinação da justiça, cumpriu a reintegração de posse de uma área invadida em abril deste ano, por cerca de 40 famílias no Sitio Serrota, zona rural de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco.
Para desocupar o terreno, que é pertencente a um empresario da cidade, cerca de 25 policiais chegaram ao local, por volta das 06h30 da manhã. Cerca de 40 famílias viviam no espaço, com muitas crianças, adolescentes e idosos, e por incrível que pareça, nenhuma autoridade ou órgão do estado ou municipal esteve no local para acompanhar a ação policial que ocorreu de forma pacifica, com ajuda de maquinas e caminhões para retirar barracos construídos e objetos das famílias.
Também estiveram presentes oficiais de Justiça e o advogado particular do empresário, além do padre Luciano, pároco de Inajá-PE, que veio acompanhar de perto o drama das famílias, que segundo ele irá preparar um relatório para encaminhar posteriormente ao bispo, sobre a desocupação das famílias do terreno.
O texto a seguir é o desabafo de uma jovem, filha de uma das lideranças da associação Ebenezer, que desabafou em redes sociais:
“Acordei hoje Indignada. Perdemos a luta contra o empresário Armando. Fico muito chateada em saber que todas aquelas, famílias, depois de meses e meses de luta voltam pra casa sem direito algum. Um homem tão cheio de dinheiro, faz questão por um pedaço de chão que as Pessoas queriam só pra ter um teto onde colocar seus filhos. Pra ele é fácil colocar máquinas pra derrubar os barracos destruindo as poucas coisas que aquelas pessoas tinham. Pra ele é fácil botar aquelas pessoas pra fora assim, pois ele nunca ouviu de um filho dele que estava com fome ou com frio. Nunca foi humilhado por morar "Às Custas" das pessoas ou até mesmo de aluguel. Ele nunca escutou de seus filhos um:
"O que tem pra comer papai?", quando não tinha nada, pois o dinheiro que era pra comprar o pão deles teve que pagar o aluguel. Me parte o coração saber que essas pessoas só pensam em si mesmas, não pensam no próximo...
Só Deus sabe a dor que senti quando vi minha mãe triste por saber que tudo que ela plantou ali se perdeu. Seus pezinhos de plantas, a amizade entre todos naquela comunidade... Um homem que tem tanto, fazer questão de tão pouco. Hoje vejo todo o esforço da minha mãe e das outras pessoas jogados no lixo. Mas é assim mesmo. Tudo do jeito que Deus quer. Dias melhores virão. Muito decepcionada com toda essa injustiça.”
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