Na expectativa de enfrentar uma segunda denúncia nos próximos dias, o presidente Michel Temer decidiu antecipar em um dia a volta ao Brasil. O retorno de Temer estava previsto para quarta-feira, 6, mas ele agora chegará na terça-feira (05). A justificativa oficial é a de que Temer quer estar no País para acompanhar a votação da proposta de mudança das metas fiscais deste ano e de 2018.
Em conversas reservadas, no entanto, o presidente tem dito que, além de se defender no campo jurídico, precisa articular forte reação política à provável denúncia. Temer está em visita oficial à China e, na semana que vem, participará de encontro dos Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, em Xiamen.
Vários deputados que compõem sua tropa de choque na Câmara o acompanham na viagem. Embora interlocutores do presidente digam que a última "flecha" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot - a 15 dias de deixar o cargo - não terá potencial para fazer grandes estragos, o receio do Palácio do Planalto é de que a cobrança da fatura, por parte dos aliados, seja mais alta.
Se isso ocorrer, a crise pode se aprofundar, contaminando indicadores econômicos, embora o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, diga que a economia anda com "as próprias pernas" e está "descolada" da política. Diante desse quadro, líderes de partidos da base já começam a planejar trocas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na tentativa de barrar nova denúncia de Janot.
Em julho, às vésperas da análise da primeira acusação contra Temer, por corrupção passiva, aliados fizeram 13 substituições na CCJ. A denúncia foi rejeitada pelo plenário da Câmara em 2 de agosto. Agora, porém, muitos dos que foram trocados dizem que não receberam recompensas do governo e ameaçam votar contra o presidente.
ASSESSORIA NEGA
A assessoria do Palácio do Planalto, que acompanha a comitiva do governo em visita à China informou na noite de ontem (1º) que não há confirmação de antecipação da viagem do presidente Michel Temer de volta ao Brasil. As informações em Pequim são de que ele cumprirá a agenda prevista.
A programação conta com a presença de Temer na capital chinesa até esta sexta, onde se encontra desde o dia 31, e partirá neste sábado para Xiamen. Nessa cidade, ele participará do encontro de cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) até o dia 5, quando está previsto o retorno.
Segundo fontes, Temer decidiu antecipar em um dia a volta ao Brasil por causa da possibilidade de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar até quarta-feira (06) a segunda denúncia contra ele.
Via PE Notícias