Como já sabia que a família Coelho estava de saída do PSB, para outro partido, o gesto de ter ido a Petrolina fazer anúncios e inaugurações, pode ser interpretado como uma maneira de o governador Paulo Câmara afirmar que estava ajudando a cidade e a região e os dissidentes fazia o movimento por conta própria e não estimulados pelo PSB. Neste domingo, as expectativas se concretizaram e a família Coelho não compareceu no Congresso do PSB, realizado nesta manhã em um hotel do Pina.
Na semana passada, o clima de beligerância entre os grupos rivais dentro do partido chegou ao ápice, quando o ministro Fernando Filho anunciou que o governo Temer iria privatizar o sistema Telebrás, incluindo ai a distribuidora regional do Nordeste, a Chesf.
O clima vem azedando faz tempo, desde que o grupo do senador FBC tomou a decisão de aceitar ministério de Minas e Energia, no governo Temer, rachando o PSB. O secretário de Turismo de Paulo Câmara, Felipe Carreras, falando pelo grupo ligado ao governador e ao prefeito Geraldo Julio, chegou a afirmar que se Fernando Filho não deixasse o ministério ele mudaria de partido. Não aconteceu nem uma coisa nem outra.
No começo de julho, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, chegou a reafirmar o posicionamento de que o ministro das Minas e Energia, Fernando Filho (PSB) devia se retirar do governo Temer.
“Como um partido não indica um ministro e ele continua? Como um partido que está contra a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência tem um ministro no governo?”, disse o presidente do PSB, na época.
Carlos Siqueira defendeu a saída do ministro do governo após a liberação do áudio da conversa do presidente Michel Temer (PMDB) com o empresário da JBS Joesley Batista pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Naquela hora, Carlos Siqueira lembrou mais uma vez que o PSB não indicou cargos para o governo de Michel Temer.
“Penso que ele deveria se afastar. Mas a decisão é dele, porque ele não está lá em nome do PSB, portanto, foi uma sugestão, até pela admiração, pelo companheirismo que tenho com ele, um jovem de importante quadro do nosso partido”, disse o presidente do PSB. Segundo Siqueira, sua maior preocupação com a permanência de Fernando Filho no Ministério é com a imagem do partido.
“Porque na percepção geral nem todo mundo compreende. Como um partido não indica um ministro e ele continua? Como um partido que está contra a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência tem um ministro no governo? No imaginário popular não fica bem claro”, contou.
Retaliação
Antes disto tudo, no começo do ano, a Executiva nacional do PSB decidiu em 24 de abril fechar questão contra as reformas Trabalhista e da Previdência propostas pelo Governo Federal. Dos 30 deputados do PSB no Congresso Nacional, 14 votaram a favor da Reforma Trabalhista. Carlos Siqueira destituiu quatro presidentes estaduais do partido, Fabio Garcia (PSB-MT), Maria Helena (PSB-RR), Danilo Forte (PSB-CE), e Tereza Cristina (PSB-MS), líder da bancada federal.
“Eles foram afastados porque em cada estado o presidente de certa maneira não deixa de ser a cara pública do partido. Isso funcionou muito bem porque a repercussão nos estados foi muito grande e ficou claro que eles eram dissidentes e não estavam seguindo a orientação com posição fechada do PSB contra as reformas”, afirmou, no começo de julho.
Via PE Notícias