Na noite de terça-feira (25), quando a maioria do Tribunal Superior Eleitoral votou pela reabertura de um processo que pede sua cassação, a presidente Dilma Rousseff demonstrou, pela primeira vez, temer pelo seu mandato.
"Ela não disse nada, mas deu para ver na fisionomia. Uma preocupação que eu nunca tinha visto antes", contou um ministro que esteve com Dilma depois da sessão.
Aliados dizem que o grande temor da presidente é a abertura de uma ação contra as contas de sua campanha à reeleição. "Estou preocupada com o TSE", tem repetido a petista, conforme assessores.
Nas últimas semanas, Dilma ganhou diversas oportunidades para respirar e tentar recuperar a iniciativa política, especialmente depois que pesos pesados como o banqueiro Roberto Setúbal, do Itaú, defenderam publicamente sua permanência no cargo.
Mas o Palácio do Planalto acabou desperdiçando essas oportunidades, como aconteceu com o lançamento da recriar a CPMF, que irritou os empresários justamente no momento em que eles pareciam dispostos a falar contra os que pedem o impeachment de Dilma.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselhou a sucessora a chamar para uma conversa reservada os presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Lula queria que a presidente se defendesse contra os "argumentos políticos" usados contra ela no TSE, que tem três ministros do STF entre seus integrantes. Em vez de fazer isso, Dilma convidou todos os membros dos tribunais superiores para um jantar no Palácio da Alvorada, que acabou sem nenhuma consequência.
A inconstância do governo têm incomodado até aliados recentes. Há três semanas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi duro numa reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "Ninguém duvida que o ajuste fiscal dará resultado", afirmou. "Só que, quando isso ocorrer, o governo já terá caído, e você será o primeiro a cair junto".
Via: PENotícias
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